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O Segredo da Morte


Conta-se que nos Upanishadas um homem que estava em busca da verdade, chamado Nachiketos, disse a Yama, o Senhor da Morte:
- Quando alguém morre, há sempre uma dúvida. Uns dizem que a pessoa está morta, outros que ela não está.Ensina-me, eu quero saber a verdade. Diz-me o que se passa no além.
Mas o Senhor da Morte não abre seus segredos aos indignos. Por isso, ele provou Nachiketos, respondendo-lhe:
- Pede-me o que desejares: ser dono de um grande país; ser um rico proprietário de gado, elefantes, ou cavalos; ou então, pede-me para desfrutar de vida
longa, acompanhada de todas as alegrias difíceis de se juntarem neste mundo de mortais - eu te concederei tudo isto.Mas, Nachiketos, não me perguntes nada a respeito da morte!"
E assim Nachiketos reagiu a esta tentação, dizendo:
- Quais são, ó Deus da Morte, as alegrias que privam
os sentidos de sua acuidade? Guarda teus cantos e tuas danças. A possessão não traz nenhuma alegria.
- Quando alguém te contempla uma só vez, nenhum bem vale mais. Entretanto, continuamos vivos desde que tu nos ordenes. É por isso que eu continuo fazendo a pergunta que já te fiz.
Yama, tendo reconhecido nesta palavras de Nachiketos que ele era um sincero buscador, apressou-se em explicar-lhe o mistério da morte:
- Tu renunciaste com firmeza e sabedoria à satisfação
de teus desejos terrestres, a tudo o que constitui a coluna deste mundo - uma vontade sem freio. Saiba que existe um reino ao qual eu não tenho acesso,
no qual eu não tenho nenhum poder, onde sou desconhecido. Quem entrar neste reino triunfa da morte e se torna imortal".
Mas Nachiketos, impulsionado pelo desejo de encontrar a solução do enigma da vida, continuou perguntando:
- Diz-me, ó Yama, o que vês além da morte e da vida, além do passado e do futuro!"
- Aqueles que estão cheios de sua própria sabedoria vagueiam na ignorância, pois eles só pensam na existência terrestre e não no mundo divino. - Eles
acreditam saber bastante, mas sempre acabam sob meu poder", disse Yama.
E ele instruiu Nachiketos, dizendo:
- O ser humano deve escolher entre dois caminhos que não têm o mesmo fim, mas que sempre estão diante dele: a ignorância ou o que é conhecido como a sabedoria".
- É difícil chegar ao conhecimento que se reporta ao mundo superior. Muitos não estão habilitados aperceber nada disso. E muitos daqueles que podem,
não chegam a discernir verdadeiramente. No coração humano habita o antigo deus Brahma, também chamado de Atman. Ele é menor que um átomo, maior do que tudo o que é grande, eterno, sem começo nem fim. Quem percebe Atman atinge o saber supremo, saber que não é possível obter por meio de sacrifícios, curiosidade, ou raciocínio l ógico. Quem não quer renunciar ao curso errado de sua vida não conhece a
paz interior; o tormento mora em seu coração, que não pode chegar à verdadeira sabedoria.
- Mas aquele que consegue alcançar a paz, liberto de todos os desejos, haverá de contemplar o esplendor de Atman pela graça de Brahma.
- Ele alcança a felicidade, Nachiketos! Para ele, o reino da imortalidade é aberto.
- Ele está libertado do Dragão da morte por toda a eternidade."

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