Jose
Gorostiza
Esta morte
tenaz e incessante,
esta morte em vida
que te assassina, ó Deus,
em tua obra inexorável,
nas rosas, nas pedras,
nas estrelas inabaláveis
e na carne que se consome
como um fogo de alegria,
aceso em uma canção,
um sonho,
uma sutileza que entra pelo olhar
E Tu, Tu,
que morreste, talvez há eternidades,
sem que tivéssemos consciência disto,
nós, escorias, migalhas e cinzas de teu ser;
tu que sempre estás presente,
tal como uma estrela simulada por sua
luz,
uma luz vazia sem estrela,
que nos atinge,
oculta,
em sua catástrofe infinita.
Assim o homem caiu
Luz vazia, sem estrela.
|